10/02/2011 – Luis Alberto Kallenberger, 46 anos de idade, sendo que os quinze últimos desses anos foram dedicado a arbitragem. Este Florianopolitano que ama a arbitragem, trás consigo o sonho de fazer da arbitragem catarinense uma referencia nacional.
Este trabalho começou quando se tornou árbitro do quadro da CBF, viajando por vários estados e conhecendo técnicas diferentes de arbitragens.
Hoje, aposentado no apito, membro atuante na Escola e na Comissão de Árbitros de Santa Catarina, vem implantando aos poucos os seus conhecimentos e projetos para a melhora da arbitragem de nosso estado.
O Sinafesc teve o prazer de entrevistar o chefe da arbitragem catarinense para que todos possam ter uma visão melhor do que ele pensa e pretende implantar.
Abaixo publicamos na íntegra a entrevista para leituras de todos os nossos internautas.
1 – Quem é Luis Alberto Kallenberger?
R: Sou um ser muito perfeccionista, brincalhão, cheio de sonhos e objetivos.
2 – Onde e em que ano o senhor nasceu?
R: Eu nasci em 1965 na cidade de Florianópolis.
3 – O senhor é casado?
R: Sim, eu sou casado.
4 – Qual é o nome da sua esposa?
R: Ela se chama Luiza.
5 – Tem filhos?
R: Tenho uma filha.
6 – Como ela se chama?
R: Heloisa.
6 – Qual sua formação acadêmica?
R: Sou formado em administração Financeira pela Univali (Universidade do Vale do Itajaí) com especialização em Finanças Coorporativas pela Universidade Gama Filho do Rio de Janeiro e atualmente estou cursando Mestrado em Analise de Projetos.
7 – Qual é sua profissão fora do futebol?
R: Eu sou tesoureiro da Celesc.SA (Companhia Elétrica de Sana Catarina).
8 – Fale da sua família e de seus pais.
R: Ao falar da minha familia, posso dizer que Deus caprichou muito, tenho uma santa mãe e um pai que sempre nos educou com muita seriedade. Meus irmãos são maravilhosos, somos em 5 irmãos. Além de uma esposa e filha maravilhosa.
9 – Jogou futebol profissionalmente?
R: Não, somente amador.
10 – Como surgiu a arbitragem na sua vida?
R: Recebi um convite do meu amigo Adilson Jordão e Silva para fazer o curso em 96, nesta época eu já apitava algumas peladas no Palmeiras de São Jose-SC.
11 – Em que ano e em qual federação se formou árbitro?
R: Me formei em 1996 pela Liga de São José. Depois, em 1997, ingressei no Quadro da Federação Catarinense de Futebol.
12 – Em que ano fez a primeira partida profissional no estadual e na CBF?
R: Minha primeira partida profissional no estadual foi em 1998 pela 2ª divisão de Santa Catarina, infelizmente não me lembro a equipe e a cidade. A primeira partida pela CBF foi Irati x Vasco em Irati/PR, pela Copa do Brasil de 2003.
13 – Quais foram os seus principais jogos?
R: No regional sem duvidas foi o Clássico Avaí e Figueirense pela abertura do Campeonato Catarinense de 2010. O árbitro desta partida foi o paulista da Fifa Sálvio Spinola Fagundes Filho. Pela CBF não lembro especificamente, foram mais de 80 jogos como assistente, mas lembro de um jogo em Caxias do Sul, entre Juventude e Grêmio, estádio lotado, a temperatura era de -2º e a sensação térmica era de -9º.
14 – Acha que poderia ter sido árbitro assistente internacional?
R: Não, devido a idade e ter iniciado a carreira muito tarde (Iniciou na arbitragem com 32 anos).
15 – O senhor encerrou a carreira na arbitragem em 2010, conseguiu tudo que havia planejado lá no inicio?
R: Sim, consegui muito mais do que planejei.
16 – Qual foi e porque a partida de maior dificuldade durante a sua carreira, aquela que nunca esquecerá?
R: Não esqueço de uma partida que fiz em Santo André pela série B de 2006, onde cheguei seis minutos atrasado para o jogo, foi no inicio do caos aéreo ocorrido no Brasil naquele ano. O vôo atrasou 6 horas, a fila no aeroporto para o táxi era quilométrica, lembro que era um final de semana de formula-1 e feira do automóvel em São Paulo. Foi terrível, jamais esqueci.
17 – Qual foi o melhor clube em que trabalhou? Porque?
R: São Paulo. O Tratamento no Morumbi é muito bom, apesar de que nunca tive problemas com o Fluminense no Engenhão.
18 – Qual foi o pior clube e Porque?
R: O pior foi o Pinheiros de Caçador no interior de Santa Catarina, o chuveiro inundou o vestiário que era muito pequeno.
19 – Como o senhor vê a arbitragem aqui em Santa Catarina?
R: Melhorando muito. Estamos na CA-FCF e temos um grande projeto para a arbitragem de nosso estado.
20 – O que poderia melhorar no nosso estado?
R: Treinamentos físicos e técnicos. Garantia de recebimento das taxas, plano de carreira, entre outros.
21 – Os nossos instrutores são bons?
R: Atualmente a evolução foi muito grande, então podemos dizer que sim.
22 – Como o senhor vê a arbitragem nacional?
R: Vejo de forma normal, mas falta uma identidade, toda hora se muda o rumo do negócio. O árbitro, acima de tudo é um ser humano, tem carreira, família. Só depois disso é que podemos vê-lo como árbitro.
23 – O que poderia melhorar?
R: Tenho uma visão muito ampla de como deveria funcionar, mas seria muita ousadia minha colocar isto.
24 – Ao seu ver o que esta sendo feito para melhorar.
R. Vejo muitas coisas. Mas também noto que uma boa parte do quadro, fica como se fosse filhote de passarinho, só comem quando lhes dão na boca.
25 – A preparação física não esta exigente demais e estão esquecendo a parte técnica?
R: Sim, sem duvida. O protocolo FIFA não permite um teste físico com intervalo inferior a 30 dias, contudo, os treinamento que são no mesmo nível do teste físico é diário. Isso não é muito desproporcional?
26 – Acha justo a exigência das mulheres fazerem o mesmo teste físico dos homens?
R: Sim, para trabalharem nos campeonatos masculinos e não para trabalharem nos campeonatos femininos. Note, os atletas não vão correr menos porque a assistente é uma mulher.
27 – Porque essa exigência é só a nível nacional?
R: Nacional e internacional. Em Santa Catarina estamos tentando colocar isto, mas com muita calma.
28 – O que o senhor acha da entidade dos árbitros em nosso estado e a do Brasil?
R: Em Santa Catarina, conheço a Federação Catarinense de Futebol, a Associação de Clubes e o SINAFESC, todas tem trabalhado muito em prol do futebol de Santa Catarina e também da arbitragem. Nacionalmente conheço a ANAF, que esta tentando se reestruturar para trabalhar, desde a época do Marcio Rezende ela deixou de ser atuante.
29 – Quais os cargos já ocupou e qual é o atual no Sinafesc?
R: Já fui tesoureiro em dois mandatos (2007 a 2010), onde estou atualmente. Sou diretor da Liga de Santo Amaro, um município que fica 37 Kilômetros de distancia de Florianópolis, conhecidíssimo pelas águas termais. Também sou diretor da Escola Catarinense de Arbitragem e da Comissão de Arbitragem da Federação Catarinense de Futebol.
30 – Qual o melhor árbitro de todos os tempos na sua opinião?
R: Não posso falar em todos os tempos, somente depois que me interessei pela carreira, logo, posso dizer que Marcio Rezende, Leonardo Gaciba, Wilson Luiz Semene, enfim. Nunca gosto de apontar o melhor, mais sim aqueles que se destacam.
31 – O senhor é a favor da tecnologia ou de dois assistentes adicionais?
R: Eu creio que isto será inevitável um dia, talvez atrapalhe a emoção e discussão do futebol, contudo, as vezes muito investimento fica em um erro humano.
32 – Então o senhor é a favor dos dois?
R: Acho que eles podem ajudar, sou sim.
33 – Se o senhor pudesse, o que mudaria nas regras do jogo?
R: Estas mudanças são pensadas, mais como técnico que sou, acho que sempre é bom fazer experiências e ver o que acontece, pois por mais que imaginamos que vai melhorar, as vezes esquecemos de ver as conseqüências.
34 – O senhor agora faz parte da Comissão de Árbitros de Santa Catarina, como tem sido a experiência?
R: É muito trabalho, o sorteio atrapalha muito. Notamos erros básicos dos árbitros, mas nos alegramos com os tradicionais árbitros envolvido e comprometidos, e com o entusiasmo dos novos.
35 – O que o senhor acha de árbitro em atividade ser dirigente sindical?
R: A principio não é bom. Se utiliza isto em prol da classe tudo bem, do contrário sou contra.
36 – Qual sua opinião sobre dirigentes sindicais atuando em comissões de arbitragens?
R: Depende muito do envolvimento e intenção nas funções. A principio é um contra-senso. Posso falar por mim, aumenta as atribuições. Temos projetos de tornar nossa arbitragem como referencia nacional, vamos dar tudo que pudermos para isso.
37 – Quer deixar algum recado?
R: Eu não imaginava o quanto da trabalho estar em uma comissão de arbitragem. Mas alguns sonhos estão lá, na arbitragem. Eu amo a arbitragem.